segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Incentivar, e não obrigar!

Como a intenção sempre foi desenvolver algo sobre acontecimentos direta ou indiretamente ligados a mim, venho escrever nesse blog sobre algo que me deixou realmente irritado.

Nunca mencionei em nenhum post (e no meu perfil) que estou cursando o 4° semestre de História, na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), mas é preciso ressaltar para que entendam o porque desse texto.

No inicio desse semestre devido, ao REUNI (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) houveram algumas mudanças na grade de disciplinas do meu curso (que ao meu ver, não contribuiram em nada com as universidades, apenas fragilizou mais ainda um sistema educacional falho como o brasileiro, mas isso é assunto pra um outro post).

Uma das matérias que era optativa, tornou-se obrigatória, que é "História da África". As justificativas são velhas conhecidas:

dissolver o modelo eurocentrico do estudo de história;
erradicar o preconceito racial;
incorporar o estudo das etnias africanas pelo sua participação efetiva na história do Brasil (e por ai vai...).

Valorizo todas as etnias e suas singularidades. Apesar de não concordar que forçar o estudo dessas etnias vai erradicar o preconceito, eu acho a iniciativa válida. O problema em si, é o ato de tornar OBRIGATÓRIO estudar história da África, se uma das propostas é dissolver o "paradigma" eurocentrico, onde foi parar a história da Oceania? Afinal tambem é um continente que produziu/produz cultura, porque não é considerado errado deixar a Oceania em ostracismo?

Antes de tratar do principal motivo que me traz uma profunda revolta, eu gostaria de deixar bem claro que de forma alguma faço apologia a racismo/segregação racial/genocido.

Creio que o maior erro ao tentar "valorizar" afro-descendentes e exterminar o preconceito racial é o "coitadismo" exacerbado ao se tratar desse assunto. Se eu fosse um afro-descendente odiaria o modo como algumas pessoas tendem a isso, assim como odiaria as cotas raciais nas universidades publicas (que para mim não passam de racismo legalizado, mas isso é assunto para o meu próximo post).

Esse é um assunto extremamente delicado, é preciso aborda-lo de forma que não vá saturar as pessoas, causando assim o inverso do que é visado pelos idelizadores dessa iniciativa. Por isso não é algo que se deve forçar, e sim "germinar" naturalmente nas pessoas.

Negros já não são escravos a mais de CEM anos, quanto tempo de subsidios é necessário para curar essa ferida moral?

Um comentário:

  1. Gostei muito do post, o tema é excelente! É o mesmo que ocorreu semestre passado numa matéria intitulada "Direitos Humnos, Cidadania e Diversidade" e só estudamos índios... ¬¬ Parabéns, Caio! =*

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